Para minha terceira estrelinha

Maridón e eu namorávamos há poucos meses, fomos viajar nos Jogos Jurídicos e voltamos com a Pandora a tiracolo.

Mais do que um aviso de onde ele estava amarrando seu burro, Pandoreta foi o primeiro pseudo-resgate que fizemos juntos.

Viveu muitos anos felizes na casa do meu sogro, até que mudaram para um apartamento e ela acabou acolhida pelos meus pais/irmã.

Pandora sempre foi doce, carente, agitada, brincalhona.

Em quase catorze anos juntas, nunca vi nenhum esboço sequer de agressividade ou raiva nela.

Pandora transbordava amor.

Por isso, hoje foi o dia dela.

Dia de ser amada como merecia e partir com dignidade – sem dor, tubos, nem sofrimento – cercada por nós.

Dia de segurar a mão do maridón, porque ajudar um filho a descansar certamente foi a pior coisa que já fizemos nessa vida.

Dia de deixar as lágrimas correrem, o coração apertado, o peito sangrando, ainda em dúvida sobre qual caminho deveria ter seguido.

Hoje foi o dia em que nossa Pandoreta fechou os olhos, ganhou seu último cafuné e foi embora, para nunca mais voltar.

Brilha, meu amor.

Brilha e ilumina esse mundão, que ficou muito mais triste sem vc.

Te amo para sempre.

Post despedida Pandora

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