Aí a pessoa recebe outro pedido de ajuda para um filhotinho preto e paraplégico, sai correndo para resgatá-lo no CCZ e descobre que foi eutanaziado, por falta de aparelho de raio-x….
Já estava indo embora com o coração partido, aos prantos, quando um miado tímido chamou minha atenção. Era uma senhorinha linda e doce, chamada Salomé, que estava ali há anos esperando uma oportunidade, mas nunca foi escolhida por ser caolha e ter o vírus da FIV.
Abaixei, fiz carinho, chorei mais um pouco, inconformada por vê-la há tanto tempo em uma gaiola, sem a menor perspectiva de ser adotada.
E, então, a escolhi.
Salomé agora tem nome, sobrenome, casa e família. Já circulou pela sala, comeu, usou a caixinha de areia, pediu carinho, brincou com a Pi e, no momento, dorme tranquila, esparramada no sofá, como sempre deveria ter sido.
Parece que viveu a vida toda aqui. Ou entendeu que seu final feliz finalmente chegou.
A vaga Jojo da Fundação Martinez-Ramos foi preenchida de uma forma diferente dessa vez. Ela não cruzou meu caminho, não foi salva da rua, não estava morrendo. Porém, precisava de mim. E eu dela, para ocupar o vazio que a Farofa-fa deixou.
Dizem que nada acontece por acaso. Acho mesmo que é verdade.
Seja bem-vinda, filha.
♥
