Já que o tema do final de semana é gato, lembrei que há exatos três anos, Guigolino Buzina chegou em casa como na primeira foto, podrinho, com 5 anos, pesando apenas 1.800 kg, após 21 dias de UTI.
Nessa época eu não sabia se ele iria sobreviver e nem imaginava que ele seria a paixão em forma de gato, meu filho mais grudinho, mais amoroso, mais paciente, mais tolerante, mais doce.
Depois de muitos meses, quando finalmente decidi adotá-lo, fui bastante criticada, porque as pessoas achavam um absurdo uma voluntária adotar um gato lindo e fofo, que certamente teria chances de encontrar um lar por aí (ninguém nunca considerou todos os problemas de saúde que ele tinha na hora de dar palpites, é claro).
Lembro que tive que fazer uma listinha, justificando minha decisão, para não me sentir tão mal.
Relendo agora, após tantos anos, sou invadida por uma felicidade sem fim, porque vejo que cada linha continua sendo verdadeira e também posso acrescentar um motivo ainda mais importante: “Porque ele é tão apaixonado pela Pi quanto eu, mesmo quando ela ultrapassa todos os limites”.
Foi difícil, trabalhoso, mas esses dias ficaram para trás e tenho muito orgulho por não ter desistido. Batalha vencida, final feliz conquistado, presente inestimável.
Em comemoração, reproduzo aqui a lista com os motivos pelos quais o Guigo entrou oficialmente para a família das comidas:
* Porque quando estava na UTI eu era a única que conseguia fazê-lo comer e ia até o hospital todos os dias, para dar AD diluído com seringa na boquinha dele;
* Porque mesmo muito mal na internação, ele se arrastava até o meu colo e ronronava quando ouvia minha voz;
* Porque ele conquista todos que o conhecem, inclusive enfermeiros e veterinários;
* Porque quando a plantonista da UTI me disse que ele ia virar estrelinha, eu chorei, coloquei-o no colo e prometi que, caso se recuperasse, nunca mais voltaria ao abrigo;
* Porque ele continua podrinho, tem o coração deslocado, cristais na bexiga, dentes estragados, o pior bafo do velho oeste, fígado e baço alterados, canais lacrimais entupidos, vive doente e eu morro de medo que não cuidem direito dele;
* Porque ele é porcalhudo, não se lambe, não enterra as necessidades na caixinha, suja a casa toda, solta pelos por toda parte e nem assim consegue nos deixar bravos;
* Porque ele grita loucamente cada vez que escuta nossas vozes ou que acorda e nos vê em casa;
* Porque para ele não basta estar no mesmo ambiente, ele tem que ficar encostado, grudado, colado em mim;
* Porque cada vez que nos mexemos na cama ou no sofá, ele se levanta e vem ainda mais perto;
* Porque ele fica com a patinha no meu braço, enquanto escovo os dentes, só para manter o contato;
* Porque ele nunca rejeitou nenhum novato, nunca fez fuuuuuu para ninguém, apanha de todos os gatos da casa sem dar um pio e sempre volta para brincar (e apanhar de novo);
* Porque ele é o único gato da casa que NUNCA nos mordeu, nem sequer arranhou, mesmo fazendo tantos exames e tratamentos;
* Porque ele grita cada vez que vê o potinho de comida;
* Porque ele é capaz de ronronar durante um filme inteiro, sem parar para descansar;
* Porque ele está sempre feliz;
* Porque não consigo nem imaginar a fotinho dele no site e outra pessoa como sua mãe;
* Porque o “antes e depois” dele é impressionante, prova que amor com amor se paga e vale cada centavo;
* Porque apesar de ser lindo, branco, ter um olho verde e outro azul, nada disso fez diferença, eu o amei desde a época em que ele era encardido, fedorento (ainda é), magrelo e feioso; e,
* Porque com ele aprendi a ter fé e esperança. E que amor transborda até não caber mais no coração.
Parabéns, filhote! ♥
#ohana
#nãotempreço