Diálogos com o Tonho da Lua – parte 2

O que esperar de um dia que começa assim?

Tonho da Lua do estacionamento: “Tomou gosto pela coisa mesmo, hein, dra.? ENCAÇAPOU dois bebês seguidos, de uma vez!”

Eu, sem graça: “Pois é, vc viu?”

Tonho: “Ah, só é uma pena que seja outra menina. Se fosse um menininho seria mais melhor, né?”

Eu: “Ah, não, queria tanto duas meninas, estou super feliz!”

Tonho, levando o sincericídio a sério: “Feliz tem que ficar, né, dra.? Agora já foi, não dá para mudar. Mas se fosse um casal seria muito melhor, pode dizer!”

Eu: “Na verdade não, as meninas vão brincar juntas, dividir as coisas…”

Tonho: “Mas e um meninão em casa, hein, dra.? Pensa bem! Só não fica triste, ainda dá tempo de tentar de novo. Da próxima vez, vai dar certo, vou torcer pela sra.!”

Eu: “Errrrr…. Obrigada?”

Melhor não contrariar, né? E voltar para casa ASAP, antes que ele resolva perguntar mais alguma coisa.

#eumereço

#comolidar?

#premiadafeelings

Para aquecer o coração

Queria postar as fotos do aniversário da Pi, que foi há alguns meses, falar sobre o cardápio natureba, mostrar a decoração fofa e todas essas firulas que mãe adora, mas nunca dá tempo, sempre acontece alguma coisa na frente e o post fica para depois.

Porém, meu dia hoje começou com fotos de aquecer o coração e resolvi escrever sobre o que realmente importou no aniversário da minha filhota: as doações.

Como temos pouco a pedir, mas muito (muito mesmo) a agradecer, sugerimos que os convidados levassem cestas básicas e pacotes de ração ao invés de presentes.

O resultado não poderia ser mais especial: sorrisos, latidos e lambidinhas de agradecimento, todos devidamente registrados pela Bárbara, prima querida que nos ajudou na entrega.

Sei que não é o bastante, que para cada cesta ou pacote de ração entregue, existem muitos outros esperados por aí.  Sei também que isso não resolve o problema dessas famílias, que continuarão com fome no mês que vem.  Contudo, se cada um fizer um pouquinho, conseguiremos mudar essa realidade e transformar o mundo em um lugar melhor.

Os brinquedos e roupas passam, mas a sensação de ajudar o próximo fica marcada para sempre no coração.

Espero que minhas filhotas me perdoem e entendam isso um dia.

“Sei que o meu trabalho é apenas uma gota no oceano, mas sem ele, o oceano seria menor” (Madre Teresa de Calcutá).

#correntedobem

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Tem troca de médico no nono mês de gestação? Tem sim, sr.!

O tempo passa, o tempo voa e entramos no último mês (snif…).

Estava tudo muito bom, tudo muito bem mas, como emoção pouca é bobagem, ontem eu briguei com a minha médica e resolvi trocar de obstetra, antes do parto da Cecília. Pois é. Podem falar o que quiserem da minha vida, menos que é monótona.

Já não estava feliz com a postura ausente e fria dela há meses, mas como não faço o tipo grávida-carente, fui levando.

Acontece que, de uns tempos para cá, essa indisponibilidade começou a atrapalhar de verdade, as consultas atrasavam entre uma e duas HORAS todas as vezes, sem qualquer satisfação e a resposta dela era sempre a mesma: “não se preocupe, eu dou atestado”.

Só que eu não preciso de atestado, preciso trabalhar, preciso buscar minha filha na escola, preciso respeitar o rodízio, preciso comer, essas coisas básicas da vida, que nós, reles mortais que não fizemos medicina, enfrentamos no dia a dia.

Enfim, estava lá, conformada, esperando pela milésima vez há uma hora e meia, sem qualquer previsão de ser atendida antes do inverno chegar, até que entrou uma fulana que iria “só tirar os pontos”, totalizando QUATRO pessoas na minha frente.

Aí não aguentei: dei um piti de grávida no meio da recepção, piquei o papel da consulta, gritei com a recepcionista e saí batendo pé, dizendo que nunca mais iria voltar.  Bem phyna, elegante e madura, como uma dama deve ser. Minha mãe ficaria orgulhosa (#not).

Agora estou aqui, procurando yoga para gestantes desequilibradas um obstetra bonzinho, que não atrase as consultas, não queira agendar cesárea “porque fim de ano, sabe como é, né?” e aceite uma grávida no nono mês, com risco de parto prematuro.

Sugestões? Indicações? Milagres?

A essa altura do campeonato, se não der para ser o pacote completo, tudo bem.  Pode ser Pepsi mesmo.

#eagorajosé?

#diadefúria

Diálogos com o maridón – parte 5

Estava bem no comecinho da gravidez da Pi, poucas semanas, na fase em que ainda não se conta para ninguém, com medo de que as coisas dêem errado.

Fomos a um aniversário com a família toda, eu com cólicas, daquelas chatinhas que dão no início, tentando disfarçar.

Eis que me levantei, senti uma pontada e, instintivamente, coloquei a mão na barriga.  Minha tia, preocupada, perguntou para o maridón:

– O que a Paula tem?

Ele poderia ter dito “cólica”, “indisposição” ou até um simples “não sei, vou verificar”, mas não, soltou, em alto e bom som, no meio de todo mundo:

– Prisão de ventre, tia!

PRISÃO.DE.VENTRE.

Essa foi a melhor resposta na qual ele conseguiu pensar.  Deixar as pessoas achando que, ao invés de gerar um filho, o milagre da vida, etc e tal, eu estava cultivando um monte de cocô.

Digno, bacana, cúmplice e companheiro. Só que não.

Com um marido brother desses, quem precisa de inimigos?

#diaderainhafeelings

#túneldotempo

#passandovergonhadesde2002

Pintinho amarelinho (com um certo delay nas asas)

O vídeo já tem alguns dias, mas queria postar uma coisa fofa para terminar bem essa semana punk, com direito a roséola e tudo.

Ok, eu confesso.

Também quis mostrar o papai empolgadíssimo, cantando e fazendo piu-piu.  Mas foi só um pouquinho.  E ele (quase) não bateu as asas por trás da câmera, para incentivar a filhota. É só intriga da oposição!

Bom feriado a todos!  🙂

O outro lado do abandono

Eu pensei que a Farofa tivesse sido vítima de abandono há pouco mais de dois meses, em uma gaiola, para eutanásia.

O que eu não imaginava é que ela tivesse sido vítima de outro tipo de abandono, tão cruel quanto: o gradativo, diário, habitual.

Hoje a Farofa fez um procedimento cirúrgico e, ao contrário do que eu pensava, o problema vai muito além da FIV, dos rins, do baço, do fígado ou do medo generalizado.

Farofa sofreu por muitos e muitos anos com a indiferença.

Como já foi dito algumas vezes aqui, ela estava judiada, tinha os dentes podres e um tiro de chumbinho no corpo, situação incompatível com uma gata que tinha dono.

O mais triste é pensar que esse “dono” certamente colocou a cabeça no travesseiro e dormiu tranquilo essa noite, sem nem se lembrar da gatinha que deixou para trás há alguns meses.

Quem não dormiu direito e passou o dia preocupada, com o coração apertado, enquanto a Farofa era operada, fui eu.

Somos nós que recolhemos os farrapinhos, juntamos os cacos e oferecemos um recomeço para esses animais, que chegam tão sofridos. Nós que lutamos para que todos tenham uma segunda chance.

Por isso, é tão difícil aceitar ou entender o abandono, de um jeito ou de outro.  Insistimos tanto em telas e segurança não por chatice ou paranóia, mas sim porque todos os dias vemos o outro lado da história.  Quantas Farofas servindo de mira para tiro ao alvo existem espalhas por aí?

Farofa teve sorte, escapou de um destino triste, aos 45 do segundo tempo.

Porém, mais do que isso, ela escapou de uma vida inteira de negligência e omissão. Aquele fatídico 29 de agosto foi o último abandono que Farofa-fa sofreu na vida.

Agora só sombra, água fresca, barriguinha cheia e sofá para ela.

Palavra de escoteiro 🙂

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Apareceu a margarida (amarela)

Domingão, acordada desde as seis da manhã (delícia), com o bom humor contagiante, que me é peculiar, casa em silêncio, ninguém para bater um papo, os gatos com aquela cara de “nem tenta, mãe”.

Eu, que poderia estar roubando, poderia estar matando, poderia estar dormindo (como o resto das pessoas normais), resolvi levantar e fazer uma montagem com as fotos da gravidez, para passar o tempo:

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Quequéisso, minha gente?

O que raios aconteceu nas últimas duas semanas?  A pança praticamente dobrou de tamanho ou é impressão minha?

Tudo bem que estamos na fase de engordar meio quilo por semana, que comi um pacote de M&Ms inteirinho ontem (abafa o caso), que deve ter um certo inchaço por aí, mas WOW!

Parei para fazer as contas e percebi que, dos seis quilos que ganhei até agora, dois foram só no último mês, ou seja, UM TERÇO do peso de puro chocolate que derrete na boca e não nas mãos.

Ao que parece, Cecília está aproveitando o último mês para tirar a barriga da miséria, literalmente.

Então, capricha, filhota! Capricha que está quase no fim. 🙂

#oremos

Dra. Barata x Dr. Google

Quando a pessoa vai pegar os resultados dos exames e a palavra-chave é essa, só pode ser um sinal do universo, acreditem:

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Pois é, comigo não foi diferente.

O teste para streptococcus agalactiae foi positivo, o que não teria problema nenhum, se eu não estivesse na 33ª semana de gravidez.

Ok, sou uma pessoa calma, equilibrada e, antes de me desesperar, liguei para a minha médica.  Ela, muito tranquilamente, como sempre (está aí uma pessoa com sangue de barata), me explicou que é bastante comum, que eu teria que tomar antibiótico e que agora o parto normal não é mais recomendado, por conta dos riscos ao bebê.  Básico, simples e indolor.

Eu poderia ter deixado quieto, seguido feliz com meus prazos, mas a advogada que mora em mim é teimosa e resolveu perguntar o que meu amigo, Dr. Google, achava dessa história (grande, grande erro).

O saldo foi desastroso: casos infinitos de broncopneumonia, meningite, septicemia, parto prematuro, osteomielite, UTI neonatal, morte do recém-nascido, etc, etc, desfilaram na minha tela sem dó nem piedade.  Não tiveram nem a delicadeza de introduzir o assunto aos poucos, para poupar a grávida aqui.

Agora estou naquele conflito interno bacana entre o racional – a Dra. Barata já disse que está tudo bem – e o emocional – quem disse que aquele poço de frieza sabe o que está falando? O google já me contou t-u-d-o! –  por isso resolvi apelar.

Alguém já passou por isso?

É grave?  Não é?

Minha filha vai ficar bem?

Palavras de apoio também são bem-vindas.

E abraços.  E chocolates.  Não necessariamente nessa ordem.

😦

#fuenfuenfuen