Memória para a Pi

Meu coração fica pequenininho quando penso que a Pi não se lembrará da Jojo ao crescer.

Como ser mãe é também fazer o papel de memória, queria deixar registrada aqui a soneca da manhã das minhas filhotas. Juntinhas, como sempre foi, desde o primeiro dia.

Obrigada, meus amores, por tornarem meus domingos cinzas sempre tão coloridos ❤

#irmãs #ohana

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Raquel days are over!

Divido os perrengues, então acho justo dividir as alegrias aqui também!

Hoje é nada mais, nada menos, do que o ÚLTIMO DIA DE PROGESTERONA!!

Viva! Viva!

Que rufem os tambores! Que a banda comece a tocar!

Agora serei desequilibrada apenas pelos meus próprios hormônios, sem doses extras de pitizol!

A partir de amanhã passarei a ser aquela grávida Branca de Neve, que acorda com os passarinhos, caminhando e cantando e seguindo a canção!

Ou não, né? Mas a esperança é a última que morre. Maridón que o diga.

#ruthinhafeelings

Segundo trimestre! :o)

Hoje foi dia de ultrassom morfológico, o grande divisor de águas da gravidez.

É através desse exame que se detectam diversas doenças, síndromes – como a Síndrome de Down, por exemplo – e outros tantos problemas que vc sequer sabia que existiam (melhor assim).

Não que fosse fazer qualquer diferença no amor, mas ouvir as três palavrinhas mágicas “está.tudo.bem” dá um alívio inexplicável, lava a alma.

Lily está ótima, com seus 53 gramas e 6 centímetros. Uma pequena gigante, essa nossa laranjinha.

Acho que esse é o ponto mais forte desse primeiro ultrassom: tornar a gravidez real. Não estamos mais falando de saco gestacional, nem de um amontoadinho de células.

Agora falamos de uma mini-pessoa, com coração pulsante, rosto, bracinhos e perninhas (que não param de mexer, btw, estou lascada!).

Aí a ansiedade pelos próximos passos, especialmente para quem ainda tem tudo fresquinho na memória, fica incontrolável!

Que delícia e que privilégio viver tudo isso de novo!

Seja bem-vinda, filhota!

Tomara que esse segundo trimestre seja muito especial! 🙂

ImagemQuem entendeu todas as fotos levanta a mão! Cri, cri, cri….

Da arte de ser do contra

Imagina uma grávida.

Aposto que a figura que veio a sua cabeça foi uma gordinha, esfomeada e sonolenta, vestindo moletom.  Procede?

Pois bem, aqui está tudo de ponta cabeça.  No meu caso, gravidez é sinônimo de insônia e os quilos, que deveriam estar vindo, estão todos indo embora (acreditem, nesse momento da vida, isso é um problema).

Quase não enjoei, como carboidrato em TODAS as refeições, mas nesses três meses que passaram, perdi 3 kg e não há meio de recuperá-los.  A médica já chiou, as costelas começaram a aparecer (mas a pancinha de chopp indicando a presença da Lily continua firme e forte <3) e o jeito foi apelar para os suplementos e vitaminas.

Pelo menos meus exames estão todos impecáveis (turma do amendoim, pode relaxar, a perda de peso NÃO tem nada a ver com o fato de eu ser vegetariana).

Porém, o que judia mesmo é a falta de sono.  Todos os dias acordo às quatro da manhã, super agitada, pronta para viver.  E, claro, estou morrendo às oito, quando efetivamente preciso levantar e seguir vivendo (não quero nem pensar como será no final, naquele calorzão delícia – #not – de dezembro!).

Aí me arrasto o dia todo SEM CAFÉ (cafeína é vetada na gestação), chego em casa exausta, querendo apenas minha amada cama e o ciclo recomeça…

Vizinhos sem noção, que dão baladas infinitas três, quatro vezes por semana, não ajudam.  Ter 15 filhos também não, sempre algum se manifesta, precisando de mim.

Esses dias, li que a insônia pode ser consequência da bandida da progesterona (sempre ela, a vilã desse blog!), mas o engraçado é que TODAS as grávidas que conheço morrem de sono.  Claro que eu tinha que ser a única premiada, do contra.

O pior é estar com aquele bom humor de quem não dormiu e as pessoas sacarem conselhos bacanas do tipo: come bastante e TENTA RELAXAR. Ah, vá! Sejura?

O jeito é aguentar firme e seguir em frente, zumbizando por aí e repetindo o mantra “faltam apenas seis meses”, “faltam apenas seis meses”.  And counting….

Ps: Post escrito às 5:40 da matina, entre um afago na Jojo e outro. Por isso, pede-se tolerância com eventuais erros gramaticais e paciência com os níveis de acidez, um pouco acima do esperado.

Realidade paralela

Estava no elevador da médica, quando entrou um homem, aparentemente normal, com boné e mochila.  Após a típica troca de acenos de cabeça, fez-se aquele silêncio constrangedor e ele, para quebrar o gelo (eu espero):

– Você vive na realidade ou no Matrix?

– Oi?

– Realidade ou Matrix? Escolhe! ESCOLHE!!

Para não ser antipática, dei um sorrisinho e respondi:

– Vemos tantas coisas bizarras por aí, que não pode ser realidade, né?

E ele:

– Porque não é! É a Matrix! Que bom que vc sabe!

Em seguida, sorriu aliviado e começou a assobiar.

Pode parecer mania de perseguição, mas juro que não é.

Certeza que esse tipo de coisa só acontece comigo.

#premiadafeelings

Ser mãe e as escatologias nossas do dia a dia

Essa noite acordei, às três e meia da manhã, com a Jojo me cutucando (ju-ro!).

Ela tinha passado mal, tido uma senhora diarreia e sujado tudo no caminho entre a caixinha de areia do banheiro e a minha cama. Inclusive meus lençóis e ela própria.

Mas ao invés de ficar brava ou reclamar, meu coração se encheu de ternura e compaixão pela minha filhota, que está sofrendo tanto nesse finalzinho de vida.

Arrumamos tudo, demos um semi-banho de lenços umedecidos, trocamos a roupa de cama e a vimos se instalar de novo no meu travesseiro, aliviada por estar limpinha.

Fiquei um tempão ali, fazendo carinho nela e pensando em como as coisas mudam com o passar dos anos. Não falo apenas do amadurecimento natural, inerente ao envelhecimento do ser humano. Falo do amadurecimento pelo amor.

O amor pelos filhos é tão grande, que a gente supera o nojinho desses incidentes cotidianos, como se nada fossem. Resolvemos o problema e segue o jogo, sem mimimis.

Uma vez, estava almoçando com a Pi e a Tia Ciça em um restaurante que adoro e, ao pegar a Pi no colo, percebi que ela tinha feito um cocô FEDERAL, nunca dantes visto na história desse país!

Tinha vazado por tudo, tudo, tudo, Papai Noel! Sujou as roupas (minhas e dela), car seat, relógio, braço e o que mais estivesse ao alcance. A Pi tinha cocô, literalmente, até na testa!

Para ilustrar bem o estado de calamidade pública, as pessoas das mesas ao lado ofereceram papel, lencinhos umedecidos, a dona do restaurante nos levou para o escritório e me ajudou a trocar a Pi.

Eu, toda sem graça, pedindo um trilhão de desculpas, e ela, super zen: “relaxa, eu tenho filhos!”. Claro que fiquei ainda mais fã e virei freguesa do lugar (Les Delices de Maya, na Morato Coelho. Recomendo com olhos fechados, podem ir!).

Porém, o que me chamou a atenção nessa frase da Maya é que realmente alguma coisa muda quando os filhos nascem (ou aparecem, como no meu caso). Parece que vira uma chavinha interna e você supera nojinhos e aflições, para resolver logo a parte prática e continuar a vida.

Claro que continuamos odiando cocôs, diarreias e vômitos em geral. Claro que o cheiro e a sujeira incomodam. Mas não é mais aquele big deal, sabem?

Regurgitos, nariz escorrendo, babas infinitas (que em meio a tantas escatologias, ficam até lights) e incidentes pastosos se tornam parte do nosso dia a dia.

Você para, limpa, desinfeta tudo e volta a fazer o que estava fazendo – inclusive comer – numa boa, sem arrepios, tremeliques ou ficar lembrando da cena/cheiro por horas.

Ainda não passei pelo teste de vômito de bolachinhas Bon Gouter (troço fedido!) no carro, mas acho que, com 16 filhos, entre humanos e quatro patas, devo mesmo tirar de letra (e jogar o carro fora em seguida, óbvio!).

Se isso não for a própria definição de amor incondicional, minha gente, eu não sei o que será!

#sermãeéfazerumafaxininhanoparaíso

Alô??

Ter um gosto musical, digamos, assim, eclético, tem suas vantagens. Escuto Palavra Cantada, Galinha Pintadinha e seu amiguinhos numa boa. Até canto junto, super animada.

Tanto, que a Pi tem um urso canadense, que canta em francês, e eu não me faço de rogada: acompanho no maior estilo iarnu-ô, em alto e bom som, sem vergonha de ser feliz.

Mas gostar de música podre também tem seus pesares (além da música podre, propriamente dita).

Estava brincando com a Pi, meu celular tocou e eu comecei a cantar toda entusiasmada para ela “Pirilim pirilim pirilim, alguém ligou para mim!”.

Ela adorou, riu, bateu palmas, uma graça!

Aí a mãe da criança ao lado me olhou torto.  Eu já estava achando a fulana praticamente o Grinch, quando o resto da música me veio à cabeça: “Sou eu, Bola de Fogo, e o calor está de matar. Vai me enterrar na areia? Não, não, VOU ATOLAR!” (vou poupar vcs do resto da letra, porque, acreditem, piora).

E só então eu percebi que estava cantando funk carioca para a minha bebê de nove meses, no meio da escola. Porque sim, eu sou sem noção a esse ponto.

Quem acha que os pais dos amiguinhos das minhas filhas vão proibí-los de brincar em casa ou que elas terão muita, muita vergonha de mim, levanta a mão!

o/

#worstmomever

Milagrinho

Jojo estava desenganada. Veterinários deram poucos dias a ela e o clima na UTI era de despedida.

Mas meu milagrinho quer viver, se esforçou, levantou, comeu. E de quebra, ainda deixou toda a equipe do hospital completamente apaixonada.

Porque Jojo é assim. Guerreira, com luz própria, mágica e especial. Quem a conhece sabe do que estou falando.

Não sei quantos dias ainda terei com minha filhota. Sei que serão poucos, mas agradeço mesmo assim. Diante da expectativa de poucas horas, uma semana vira eternidade.

E eu só posso agradecer.

Meu milagrinho está onde deveria: voltando para casa, dormindo no meu travesseiro! Cada dia daqui para frente será mais um presente.

Obrigada a todos que torceram por nós!

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Update: Hoje de manhã, a Pi veio tomar mamadeira na minha cama, como faz todos os dias, e a reação dela ao ver a Jo foi indescritível. Bateu palminhas, se arrastou até ela e deitou ao seu lado. Fotos sem foco explicam melhor o sentimento das duas do que qualquer palavra. Como não se emocionar?

Pi e Jojo