Hoje a Russa me chamou, apontou para o armário da Dora e disse: “George!”.
Nossos diálogos costumam ser assim mesmo, com muitas mímicas e apenas palavras-chave, mas confesso que dessa vez fiquei com aquela cara de interrogação de quem não tem a menor ideia do que estava acontecendo.
Ela, então, pensou um pouco e repetiu, pausadamente, apontando para a gaveta: “Geeeeooooorrrrr-geeeeee”.
Olhei para o armário, ainda perdida, me lembrei de que ela tinha pedido as roupinhas que não servissem mais para as meninas e fiz a conexão que pareceu bem lógica na hora, porém, agora pensando, só fez sentido mesmo na minha cabeça: “Oooooohhhhh! Peppa Pig?”
Ela me olhou em choque e eu, em vez de calar a boca, insisti, meio cantandinho, apelando para a linguagem universal da trilha sonora dos desenhos animados: “PÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉPPAAAAAAAAAAAAA PIG! RONC! RONC! RONC!!”.
Aí veio a resposta que ninguém esperava: “No. Son” (com aquela mão no peito, indicando “meu”, sabem?).
Nesse momento, entendi que o diálogo não tinha nada a ver com a porquinha famosa, ela queria que eu fizesse uma etiqueta igual à da Dodoca, com o nome do filho dela: George.
Só que aí já era tarde, não dava mais para descantar a música.
Então, a lição que aprendemos hoje, amiguinhos, é que karma is a bitch.
Sim, ela perguntou se eu estava grávida, out of the blue, fazendo a maldita mímica da pança. Mas eu, indiretamente, a chamei de Mamãe Pig, em plena sexta-feira chuvosa.
What goes around, comes around.
FIM.
Placar geral: Russia 1 x 1 Brasil x Alemanha perdida na tabela (na dúvida, chutaria uns 7, vai 🙄).