Sábado de sol.
Família toda com uma virose ebola-level, que contaminou vinte e duas crianças da escola e alguns pais (entre eles o maridón, cla-ro).
A ideia era sair rapidinho e voltar em uma hora, para a próxima mamada.
Só que, no caminho, tinha uma pomba caída na calçada.
Repeti o mantra “Ignore a pomba. Ignore a pomba. Ignore a pomba” por cerca de 10 segundos.
E, em seguida, desci correndo do carro para pegá-la, antes que fosse pisoteada ou atropelada. Quem eu estava querendo enganar, não é mesmo?
Ela estava caída, imóvel, na porta da padaria. Pedi uma caixa (“desculpe, sra. Não temos caixas”. Ahãm 😒), pedi um pano (“desculpe, sra. Não temos panos”. Ahãm 2 😒😒), pedi uma toalha (“desculpe, sra. Não temos toalhas”. Ahãm 3 😒😒😒).
Fui chorando de raiva à banca de jornal ao lado, bem madura. O senhorzinho, incrédulo, desocupou uma caixa e me deu.
Lutei com a pomba, catei a pomba, encaixotei a pomba (com a ajuda de um transeunte, óbvio. Quase morri do coração quando ela bateu as asas. Entendo tudo de pássaros, como podem perceber).
O diagnóstico não era animador: fio de náilon invisível preso nas patinhas, penetrando a carne. Um dedo necrosado, outro sem movimento.
Minha veterinária não atende aves, nenhuma clínica da região estava aberta, meu último resgate de pomba não foi muito bem sucedido.
Fazer o que?
Pedir ajuda para o amigo médico (que por incrível que pareça, ainda fala comigo), chamar o maridón (que por incrível que pareça, também ainda fala comigo) e fazer uma mini-cirurgia na coitada em casa, no improviso (como agradecer? ❤ ).
Corta a cena.
Domingo de sol. Família ainda podre. Veterinária do bairro topou abrir a clínica durante a soneca das meninas e atender a Paloma (criatividade para nomear aves, a gente vê por aqui – parte 3).
Comemorei o fato dela ser uma fêmea (“fêmeas não bicam”) e limpinha, sem nenhum parasita, até entender que isso não era uma coisa bacana: “Se os parasitas abandonam o bicho, não é bom sinal. Acho que ela não vai sobreviver, Paula”.
Palomita está magérrima, caquética, sem movimento em uma das patas e com infecção por causa dos cortes. Basicamente, ela não conseguia andar para comer, então, estava morrendo aos poucos ali, de fome e de sede.
Uma semana de comida, água, sprays, antibióticos e retorno, para reavaliação.
Se a patinha for recuperada, ela poderá ter vida livre. Se tiver que amputar, não.
Agora estou aqui, com uma pomba manquitola no banheiro, sendo medicada duas vezes ao dia, por tempo indeterminado, enquanto, em paralelo, minha família se recupera do ebola da virose.
Não é por nada, não, mas tenho que reconhecer… Maridón me ama para caralho 😁😳🙈
Oremos.
#GOpaloma
#oqueéumpeidoparaquemestácagado(depomba)?
#pombinharosavivecansada
#resgatedodia
#correntedobem
Só voce mesmo ! Com esse inabalável bom humor diante de qualquer situação.Deus te abençoe,Paula
Hahahaha! Temos que rir para não chorar, né? 😂👌🏻👏🏻
Obrigada 😊😊😊
Vejo seu Blog a algum tempo e me admiro de ver que ser Humano Lindo vc é . Parabéns pelas suas atitudes queria que no mundo houvesse mais pessoas assim. Acredito que passando isso pras novas gerações o mundo ainda a esperança.
Puxa, Cínia… obrigada pelo carinho 😊
Juro que não é nada de extraordinário, faço apenas o que gostaria que fizessem se fosse comigo, sabe?
Minha avó dizia que uma pluma carregada com má vontade pesa muito. Mas um pedregulho erguido com amor não sobrecarrega ninguém. Acho que é por isso ❤️
Beijos!
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