Hoje foi difícil.
Doínha chorou o dia inteiro. Não comeu, não dormiu, não brincou.
Meus braços ficaram trêmulos, tentando acalmá-la por horas a fio, em vão.
Meu coração ficou pequenininho, vendo aqueles olhos vermelhos, cada vez mais angustiados.
Dor de filho machuca a gente. Dói mais do que nossas próprias feridas. “Preferia que fosse em mim” nunca fez tanto sentido. Estava ali, tatuado na minha testa.
Depois de muito tempo veio o diagnóstico: o quadro respiratório evoluiu para uma infecção nos ouvidos, o que seria relativamente tranquilo se ela não fosse alérgica ao antibiótico.
Agora teremos que partir para o jogo da tentativa e erro, ou seja, tudo pode ficar ótimo ou a situação pode desandar de vez.
A palavra de ordem do dia é impotência.
#GOdoínha
#boletimdodia
Paula, passo sempre aqui pelo celular e por essa razão não comento. Hoje no entanto resolvi deixar aqui um abraço apertado e muitos desejos de melhora para a pequena. Vocês estão nos meus pensamentos. Beijo meu.
Paula, de todo o coração estou acompanhando e torcendo muito pela recuperação dela e do Darth Vader. Há três semanas minha gatinha mais velha, Pompom, de 16 anos e meio, morreu. Ficamos muito mal. E uma semana depois, voltando de um passeio na praia, minha bulldog de 9 anos teve um ataque cardíaco e morreu na hora, na garagem do prédio. Eu quis morrer também, fiquei dois dias sem comer, nem beber, nem levantar da cama. Meu marido foi quem cuidou dos outros 9 gatos e cadelinha. Só me ergui porque minha família precisa de mim.
Aí ontem a Khadija, de 14 anos, foi tirar um dente da boca, estava apodrecendo e machucando a gengiva. Ela tinha 14 anos, era filha adotiva da Pompom desde os 2 meses e estava muito triste desde que Pompom morreu. Foi tudo bem, rápido, mas na hora de voltar da anestesia inalatória ela NÃO QUIS. Coração batendo normal, reflexo nos olhos, vendo tudo, mexendo a língua, mastigando a sonda, mas não respirava sozinha de jeito nenhum. Quando fazia duas horas que estávamos com ela no respirador bombinha, ela voltou a respirar. Exatamente na hora em que meu marido chegou na clínica para vê-la. Aí a colocamos no oxigênio, sem bombinha, ela mesma bombeava, e achamos que por ser velha, ia demorar mais pro fármaco sair do corpo e quando expelisse tudo ela mesma tentaria se levantar e tirar a sonda. Mas depois que meu marido chegou e conversou com ela, ela acalmou e teve a primeira parada, simplesmente parou de forçar para respirar. O coração foi diminuindo o ritmo, deram adrenalina, glicose e ela estabilizou. Passou duas horas estável, começou a se levantar. Tiramos do oxigênio, mas ainda na sonda, ela levantou, respirava, olhou pra nós e parou de puxar o ar de novo. Dessa vez foi pior, tiveram que dar até atropina. Aí ela ficou brigue, voltou pro oxigênio, ficou mais uma hora, o coração voltou ao ritmo normal, mas como viu que não ia mais conseguir parar de respirar, o coração parou, assim, do nada, eu estava auscutando, batia ritmado e do nada parou.
Ela não queria mais. Esperou meu marido chegar para se despedir. Nós insistindo, e ela desistindo. Sem mais nenhum dente na boca. Velha, cansada e com saudades da mãe. Ela queria a Pompom, ela foi para a Pompom.
Estou muito triste, três filhas de uma vez. Mas eu sei que elas eram velhinhas e tiveram uma vida plena, repleta de amor. E quando olho para o lado, para ti, vejo algo diferente, uma criança linda e cheia de vida pela frente, passando por essas provações. E me sinto até mal por me sentir tão mal, sendo que apenas perdi meus pequenos depois de sua missão cumprida.
Sua filha ainda tem uma longa missão pela frente. Por algum motivo, ela precisava passar por algumas provações. E ao seu lado. E vocês estão ligadas de tal forma que ela sabe que pode aguentar, se você aguentar. Sei que o cansaço e o desânimo nos abatem, mas por ela, você vai superar.
Tenho uma sobrinha que nasceu com o intestino fora do corpo, passou por 3 cirurgias e viveu 6 meses no hospital, aprendeu a engatinhar, a andar, depois das outras crianças. Hoje tem 8 anos e é uma criança normal, tirando o fato de que não tem umbigo e come feito condenada, apesar de ser magrinha. Tiraram um pedaço do intestino, ela absorve menos nutrientes do que come, por isso come mais vezes por dia. Disseram que teria uma dieta muito restrita, mas não, ela come de tudo, o que presta é o que não presta. Raramente adoece, nem resfriado passa ali. Quando a visutei no hospital, com 3 meses, achei que não a veria mais. Vai vendo..
Desejo todo o amor que dedico aos meus filhos bichitous à você é suas filhas, e muito amor à Dora. Força.
Paula, acompanho seu sofrimento desde a primeira internação da Dorinha.
Não sou mãe ainda, mas consigo sentir sua dor daqui.
Permaneço em oração e em vibração para que a cura da sua pequena chegue logo.
Sinta-se abraçada