Ela chegou pouco antes do casamento. Ajudou a montar minha casa e transformá-la em um lar.
Estava aqui quando decidi virar vegetariana e mudar o cardápio, do dia para a noite.
Ela acompanhou a chegada de TODOS os meus filhos, um a um. E NUNCA reclamou, mesmo sabendo que iriam interferir diretamente em sua rotina de trabalho.
Ela sabe onde estão todas as coisas perdidas. Sabe como gosto de organizar o guarda-roupa e conhece minhas comidas preferidas.
Saiu em licença maternidade e voltou. Deixou sua filha em casa, para cuidar das minhas. Mas tudo bem, valeu a pena. As meninas são apaixonadas por ela (e vice-versa).
Foram quase oito anos juntas.
Oito anos com uma única falta, no dia em que a greve de trens parou a cidade e a impossibilitou de se locomover. Oito anos dividindo tantas coisas, participando de tudo, fazendo parte da família.
Oito anos tão bacanas, que agora está quase impossível dizer: “vai, segue sua vida, seja feliz”.
É o certo, é o justo, ela merece, eu sei.
O coração fica apertado, mas a vida precisa seguir.
Então, lá vou eu criar coragem, desligar o computador, voltar para casa, agradecer por tudo e me despedir.
Difícil vai ser guardar o “até amanhã” dentro de mim dessa vez.
Meu coração de mãe grávida não aguenta essas coisas.!
Olha, eu não estou grávida (ufaaa!! rsss), mas meu coração dói também…. Tão difícil, né?