As pessoas sempre me perguntam: “como vc consegue dar conta de tudo?”, “como conciliar casa, filhos, marido, trabalho, bichos, ONG, sem deixar nenhuma bola cair?”.
A verdade é que as bolas caem sim. Com frequência. Eu não sou a esposa que gostaria de ser, a mãe que gostaria de ser, a voluntária que gostaria de ser, nem a profissional que gostaria de ser.
Estou longe, muito longe, anos luz de distância de ser perfeita, impecável, a Mulher Maravilha, um exemplo. Derrubo bolas todos os dias, nos malabarismos do cotidiano.
Certamente seria uma esposa melhor, se não fosse também voluntária. Uma mãe mais presente, se não fosse também profissional. Uma profissional mais dedicada, se não fossem todos os outros afazeres domésticos. E por aí vai, vcs entenderam o espírito.
Estou conformada com isso. Os vários anos de terapia me ensinaram que não adianta traçar como meta o perfeccionismo exigido pela virginiana que mora em mim. Tenho apenas que buscar ser o melhor que posso, sem traumas, nem culpas. Ou abrir mão de alguma dessas atividades, o que não é uma opção no momento.
O problema é que, desde a gravidez da Lily, a bola que mais tem caído na minha vida é a dos cachorros e isso está pesando bastante no meu coração. Eles precisam de mais espaço, mais atenção, mais carinho.
Tentei terceirizar atividades, brincadeiras, passeios e estou procurando uma casa maior, com grama, para que eles possam correr. Mas nada disso é suficiente, já que EU não estou presente como deveria.
Uma vez me disseram que intenção de amor é amor também e até acho que seja verdade. Porém, intenção por si só não basta. É preciso fazer mais, valorizá-los enquanto ainda estão conosco, demonstrar o tal amor sentido.
É preciso melhorar. Muito e sempre.
Esse post não é divertido, engraçado, fofo, nem tem função social. É apenas uma confissão e também um compromisso assumido de que as coisas vão mudar, prometo aqui, por escrito. Mas, acima de tudo, é um pedido de desculpas aos meus filhos amados, que são prioridade na minha vida e deverão ser tratados como tal.
Palavra de escoteira.
#ohana
Eles cochiraram nos meu ouvidos que você está desculpada,bjs.
Estou tão sensível com isso que chorei com seu comentário, Ruth. Obrigada! 🙂
Paula, querida, como o mundo seria melhor com mulheres maravilha como você!
Você inspira, seus textos contagiam mesmo quando não são “divertidos, engraçados, fofos, nem tem função social” (sic).
Continue…
Continue a escrever, a ajudar, a perseverar!
Bjs
Muito, muito obrigada, Ludmilla! 🙂
Seja bem-vinda por aqui, viu?
Beijinhos!
Paula, vc faz tanto, com tanto amor, tanto cuidado, tanta dedicação e entrega…
Não tem nada de “quebrada” aí, não! E se vc acha o contrário, ta precisando de mais um pouquinho de análise! Hehehe
Mas, claro, não tenho dúvida que seus cachorros vão amar essa nova proposta!
Beijo com um abraço carinhoso!
Ai, Gabi… obrigada! ❤
Parece impossível dar conta de tudo, que difícil! Mas vamos em frente, né?
Até queria fazer mais terapia, o problema é encontrar horário! Hahahahaha!
Ora Paula você é um anjo sem asas ou será que tem ?????
Beijos,continue assim.
Imagina, Ruth, bondade sua!
Mas agradeço mesmo assim ❤
Paula, que lindo. Dá para ver nos olhos de seus bichinhos que eles te compreendem perfeitamente. São olhos de cães felizes, cuidados e amados. Parabéns por tamanha coragem neste mundo tão egoísta.
Obrigadinha… chorei de novo… Espero mesmo que eles sejam felizes de verdade!