Shae chegou fraquinha, com 3 semanas de vida e apenas 150 gramas.
Mesmo após 24 horas de cuidados intensivos, ela continuava apática, sem massa corpórea, desidratada, desnutrida e ainda tinha taquicardia e herpes nos olhos.
Eu demorava uma hora para cuidar dos irmãos e mais quarenta minutos cuidando só dela, ou seja, as mamadas dos bebês emendavam com as da Lily e a situação começou a ficar desesperadora.
Mas quem tem amigos, tem tudo nessa vida. E eu tive a sorte de estar rodeada de pessoas muito queridas, que se ofereceram para cuidar do resto da família GOT, a fim de que eu pudesse me dedicar à Shae.
O resultado está aqui. A gatinha apática, que sequer abria os olhos, agora ronrona e amassa pãozinho no meu colo.
As chances eram pequenas, tinha tudo para dar errado, ela tinha desistido de lutar e teve que ser alimentada por sonda.
Mas eu não desisti dela. E, como recompensa pelo trauma de ter que entubar um micro-bebê a cada três horas, ganhei um novo milagrinho no meu CV.
Muitas pessoas me perguntam: “como vc consegue?”, “onde arranja tempo?”, “por que procura sarna para se coçar?”.
A verdade é que eu não faço um milésimo do que gostaria ou do que outras voluntárias fazem.
Estou exausta, não comi, não dormi (foram duas horas, nas últimas quarenta e oito), desmarquei compromissos e enrolei toda a rotina da casa por causa desse resgate.
Contudo, minha bebezica teve uma chance e decidiu viver. Agora ela vai crescer, vai ser feliz e mandar uma banana para o maldito-sem-coração, que a abandonou doente e sem mãe, no meio da favela.
No final das contas, o que vale é isso. Nada no mundo paga uma vidinha salva.
Go, Shae!
♥
Obrigada por vc existir! ❤
Imagina, não faço mais do que a minha obrigação, Gi! 🙂
Pingback: Reage, milagrinho. | PAULAtinamente
Pingback: Equipe de apoio | PAULAtinamente