Nunca fui do tipo que atrasa duas horas, mas também nunca fui pontual (sorry, vó!).
Nunca fui daquelas pessoas estudiosas, que se dedicam, fazem mil anotações durante as aulas. Era da turma que deixava para estudar aos 45 do segundo tempo, na véspera da prova, com anotações das colegas e minhas notas eram sempre boas, ou seja, estímulo zero para fazer diferente (filhas, quando vcs forem ler esse blog, desconsiderem esse parágrafo, pf).
O resumo da ópera é, portanto, bem simples: em uma família toda certinha como a minha, sempre fui meio esculhambada e esse comportamento refletiu diretamente no meu papel como mãe.
Tenho amigas bastante rigorosas com a rotina dos seus filhos. Horários para dormir, brincar, comer e tomar banho. Toda a programação familiar gira em torno das necessidades dos pequenos.
Não estou dizendo que essa postura é certa ou errada. Porém, se eu tentasse ser assim, enlouqueceria no primeiro mês. Minha natureza não é essa. Odeio limitações, restrições, correntes.
Para mim é importante ter liberdade e maleabilidade nos horários, acordar com calma, deixar as coisas tomarem seu tempo. Odeio correria e obrigações que não fazem tanto sentido, como horário para almoçar aos finais de semana, por exemplo.
Claro que rotina é importante, mas não podemos nunca nos tornas escravos dela e viver engessados.
A vida já é tão complicada, que não dá para se levar tudo a ferro e fogo. Melhor escolher no que seremos rigorosos e deixar o resto fluir de forma mais leve e flexível.
Por isso, as coisas em casa são meio bagunçadas. A Pi não tem horário fixo para tomar banho ou comer e isso nunca atrapalhou em nada. Também nunca fui a maníaca do esterilizador, até porque, convenhamos, ela vive no meio da bicharada e vitamina S não faz mal a ninguém.
Optei por ser intransigente com questões que realmente importam, relacionadas aos nossos princípios, como alimentação (frituras, doces, refrigerantes e animais não fazem parte do cardápio das meninas) e comportamento, especialmente à mesa. Tenho verdadeiro horror àquelas crianças que ficam correndo pelo restaurante ou que obrigam os pais a comerem em esquema de rodízio. Eu sei que não se cospe para cima, porque certamente cai na testa, mas sigo tentando, a esperança é a última que morre.
Se vai funcionar ou não, só o tempo irá dizer. Mas, enquanto o futuro não chega, vou sendo feliz no intervalo.
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